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Por Barbara Bigarelli, Valor — São Paulo


A primeira decepção que o executivo Márcio Utsch aprendeu quando assumiu como CEO da Alpargatas em 1997 foi que nenhuma equipe se uniria às suas ideias. “Eu achava que deveria convencer todo mundo a seguir minha ideia, mas as pessoas não seguem ideias, elas se alinham a projetos”. Já o executivo Wilson Ferreira diz que não conseguiria ter feito a transformação e privatização na Eletrobras sem trazer os times para perto - o que em uma empresa com funcionários públicos significou reconhecer mais as equipes, compartilhar mais números e cenários e trazer todos para dentro de uma mesma estratégia. Deixar essa estratégia mais clara e direcionada também exigiu uma redução grande no quadro da estatal - de 26 mil para 12 mil, algo que Ferreira admitiu ter sido muito difícil, mas necessário.

Os executivos compartilham aprendizados de gestão e de carreira durante talk show, mediado pela editora Stela Campos, e realizado na cerimônia de premiação do “Executivo de Valor 2022”. Ambos venceram o prêmio 11 vezes, ao longo de 22 edições. Ao analisar esse número e sua retrospectiva como presidente da CPFL e Eletrobras e sua atuação hoje como CEO da Vibra Energia, Ferreira refletiu sobre o papel da liderança de antigamente e o de hoje. “Lá atrás, falava do líder como alguém que ia na frente e o resto ia atrás. Hoje, esse líder precisa saber engajar as pessoas. E até isso é diferente: se antes as pessoas se uniam a uma seita, agora você precisa ficar renovando o processo de confiança dentro de uma estratégia com propósito para todos”.

Utsch também vê que os CEOs ganharam mais papéis atualmente - e ele destaca a importância de os executivos se posicionarem sobre mudanças que querem ver na sociedade. Principalmente envolvendo diversidade. “Nenhum de nós executivos, como CEO, deveria desprezar esse tema, inclusive pensando em todos os tipos de diversidade - etária, orientação, gênero, étnico-racial”.

Dentro da agenda ESG de forma geral, Ferreira acredita que o CEO precisa ser protagonista. No sentido de compartilhar qual é a emergência das ações que precisam ser tomadas e porque são importantes para todos os stakeholders. “Antes, o CEO era muito voltado para atender o acionista, hoje ele precisa se envolver em muito mais embates e entregar valor para muitos stakeholders. E se ele não der o sinal de alerta, a prioridade e o foco do que precisa ser feito, inclusive em termos de mudanças, as coisas não acontecem”.

Algo, porém, não mudou em todos esses anos e quando Utsch fala sobre estratégia de um CEO, ele fala sobre como lidar com limitações. “Você não consegue gerir do tamanho que você quer a empresa, porque tem muitos controles, legislações, regulações, mas ao mesmo tempo não pode se revoltar e tentar passar por cima. É preciso sempre entender quais os seus gols, onde você ganha para vencer mesmo, e como e quando pode sair fora das limitações à frente", afirma o executivo que hoje preside o conselho de administração da Cemig.

Esquerda para direita: Marcio Utsch, presidente do conselho da Cemig; e  Wilson Ferreira Junior, CEO da Vibra Energia — Foto: Leo Pinheiro / Valor
Esquerda para direita: Marcio Utsch, presidente do conselho da Cemig; e Wilson Ferreira Junior, CEO da Vibra Energia — Foto: Leo Pinheiro / Valor
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